quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Santo António, 06 de Fevereiro de 2014


Jardim de Santo António, Príncipe
Os amores têm ais e suspiros. Olhares perdidos e andares lentos e pensativos. Aqui, na cidade mais pequena do mundo, ecoam os meus suspiros, arrastam-se os meus passos contemplativos diante da baía. Rivalizam comigo ondas leves que se estendem no areal. À minha frente, nada. Uma fileira de vivendas pinceladas com um ou outro cão destronado, pachorrento e faminto. Penso no calor que sinto, no vazio que oiço, paro e contemplo o horizonte escuro do fim do dia. Penso que caminhas comigo, lado a lado, e que te ris com o que digo, ou te aborreces com a minha ironia. Contorno a tua cintura com o meu braço, paramos a espaços para ouvir o mar e apreciar o nascer das estrelas. Encostas a tua mão no meu peito e no meu ombro encontras descanso e paz. Tenho-te aqui, ao meu lado e, num banco de jardim, como se estivéssemos em casa, conversamos sobre o tempo.